E... A POESIA MORRE?
Francisco Deliane
Na fuga esbarrou em um tinteiro, fez-se poema,
Suas impressões restaram gravadas no papel
Conclamando a todos a viver o espetáculo do amor
Mas o poeta, agora, enclausurou o poema,
Na estreita gaveta de um criado-mudo.
Ali o poema amarelou como velha fotografia.
Na vida tudo passa.
Na estreita gaveta de um criado-mudo.
Ali o poema amarelou como velha fotografia.
Na vida tudo passa.
É certo, o poeta passou,
Seus herdeiros encontraram o poema
Abraçado a tantos outros
‘In memorian’ os publicaram.
Neste dia o poeta renasce junto a sua poesia
Dividida e compartilhada sem nenhum ciúme
O poeta sempre vai, porém,
Dividida e compartilhada sem nenhum ciúme
O poeta sempre vai, porém,
Renasce na leitura da poesia que fica.
A vida sempre passa, mas o amor sempre permanece.
O amor e a poesia nunca morrem.
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