quinta-feira, 19 de setembro de 2013

RESULTADO FINAL DO CONCURSO



RESULTADO FINAL DO CONCURSO




A comissão organizadora do CONCURSO LITERÁRIO TERRA DO SOL, resolve antecipar a data prevista no edital (Item 05.2) e divulgar o RESULTADO FINAL DO CONCURSO. 


A comissão julgadora formada pelo Professor de Literatura, Artur de Souza, pela poetisa Suzana Lemos e pela escritora Mariah Ponte, ambas igualmente professoras de língua portuguesa , após haver analisado e avaliado os poemas inscritos, tomando por critério a originalidade, a criatividade e a correção lingüística, mediante a adoção de princípios éticos entendeu por bem estabelecer o seguinte resultado:


MODALIDADE POESIA


1º lugar: 
Poetisa CLAUDIA SARAIVA
Poema: "POSSESSIVIDADE"

2º lugar: 
Poeta MAURO BARTOLOMEU
Poema: "DINOSSAURO DE PLÁSTICO"


MODALIDADE CONTO


1º lugar: 
Escritora C. Silva
Conto: O Engano

2º Lugar: 
Escritora Regina Cajuí. 
Conto: O "gato"

A entrega da premiação em dinheiro e dos exemplares da antologia ocorrerá conforme previsto no regulamento, em solenidade que será realizada no final de outubro, e cuja data especifica será oportunamente divulgada. 

Brevemente publicaremos A LISTA COMPLETA dos participantes selecionados para integrar a antologia.



Francisco Deliane

Comissão Organizadora
Fone: 85 - 9820-5433

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

O AMOR E EU



O AMOR E EU


Francisco Deliane

Rico de sonhos contidos no infinito da ausência.

Apartado do meu próprio eu

estilhaçado e naufragado em tantas partes,

frações, ego, alter-ego e outras partições

partituras, urdiduras, dores e canções,

versos, prosas e histórias

signos, lembranças e mutilações...

Aberto ao mundo, desaferrolhado,

sem chave, sem cadeado.

Moribundo da filosofia e da razão

suspeito de ser feliz,

infeliz,

ou coisa assim

sigo entorpecido, ateu, a toa, incréu

neste vasto mundo de ilusão

perdido no concreto, indiscreto,

incompletamente vivido,

esgotado,

espoliado pelo amor que se foi

quando pararam as horas, os dias, os meses

as estações.

Permaneço

rico de sonhos não vividos

contidos

suados, sofridos,

órfão infantilizado da realidade que partiu

inculto

impuro

indecente

despudorado

na oralidade do sexo

na visualidade do beijo

na concretude da vida.

Permaneço assim tão crente

o amor retornará

porque o sonho, esmaece

a foto, desgastada amarelece

mas o amor quando é amor permanece.







sábado, 7 de setembro de 2013

EDGAR DEGAS - Bailarina com leque

Dancer with a Fan
Bailarina com leque

EDGAR DEGAS - Bailarina na barra

Dancer at the Bar
Bailarina na barra

EDGAR DEGAS - Bailarinas curvando-se


EDGAR DEGAS - Bailarina nas pontas

Dancer on Point
Bailarina nas pontas

EDGAR DEGAS - Bailarinas com saias vermelhas

Red Ballet Skirts
Bailarinas com saias vermelhas

EDGAR DEGAS - Três bailarinas na sala de aula


Three Dancers in a Class
Três bailarina na sala de aula

EDGAR DEGAS - Bailarina - Esboço

Sketch Ballet Dancer
Bailarina - Esboço

EDGAR DEGAS - Três Bailarinas

Three Ballet Dancers, One with Dark Crimson Waist
Trê bailarinas, uma coma  cintura vermelho escuro

terça-feira, 3 de setembro de 2013

O AMOR PERMITE LIBERDADE - Osho





"O amor permite que qualquer coisa que o outro queira fazer, ele possa fazer. Tudo o que ele quiser - se o deixa em êxtase, a escolha é dele.


Se você ama a pessoa, então você não interfere na privacidade dela. Você deixa intocada a privacidade da pessoa.


Você não tenta invadir seu ser interior.


A exigência básica do amor é "Eu aceito a outra pessoa como ela é" e o amor nunca tenta mudar a pessoa em função da própria idéia que se tem do outro. Você não tenta cortar a pessoa aqui e ali e deixá-la do tamanho certo - o que tem sido feito em todos os lugares no mundo inteiro...


Se você ama, não existem condições. Se você ama, então impor condições não é o caso. Você o ama como ele é. Se você não o ama então também não há problema. Ele não é ninguém para você; impor condições não é o caso. Ele pode fazer tudo que quiser fazer.



Se o ciúme desaparece e o amor permanece, então você tem algo sólido em sua vida, o qual vale a pena possuir.


Quando você está compartilhando seu contentamento, você não cria uma prisão para ninguém, você simplesmente dá. Você nem mesmo espera gratidão ou agradecimento, porque você está dando não para conseguir alguma coisa, nem mesmo gratidão. Você está dando porque está tão repleto ... você precisa dar. Assim, se alguém está grato, é você quem esta grato à pessoa que ACEITOU seu amor, que aceitou seu PRESENTE. Ela o aliviou, permitiu a você que a banhasse. E quanto mais você compartilha e mais você dá MAIS VOCÊ TEM.


Então isso não o torna um avarento, não cria um novo medo, o de que "eu posso perder isso". Na realidade, quanto mais você o perde, mais águas frescas fluem, vindas de nascentes sobre as quais você não estava consciente anteriormente.


Se a existência toda é una e se a existência toma conta das árvores, dos animais, das montanhas, dos oceanos - desde a menor folhinha de grama até a maior estrela - então ela também toma conta de você.


Porque ser possessivo? A possessividade mostra simplesmente uma coisa - que você não consegue confiar na existência. Você tem que conseguir uma segurança pessoal separada, uma proteção pessoal separada. Você não pode confiar na existência. A não possessividade é basicamente confiança na existência.


Não há necessidade de possuir, porque o todo já é nosso.


Abandone a idéia de que o apego e o amor são uma coisa só. Eles são inimigos. É o apego que destrói o amor.


Se você limita, se você nutre o apego, o amor será destruído, se você alimenta e nutre o amor, o apego desaparecerá por si mesmo.


O amor e o apego não são um; são duas entidades separadas e antagônicas entre si.


E lembre-se sempre da regra básica da vida: se você idolatra alguém, um dia você se vingará.


Você tem que estar alerta para não ser manipulado por ninguém, não importa quão boas sejam as intenções da pessoa.


Você tem de salvar a si mesmo de tantas pessoas "bem intencionadas", benfeitoras, que constantemente o aconselham a ser isso e a ser aquilo. Ouça-as e agradeça. Elas não querem fazer nenhum mal - mas mal é o que acontece. Simplesmente ouça a seu próprio coração. Esse é o seu único professor.


As pessoas o têm julgado e você aceitou a idéia dela sem um exame minucioso. Você está sofrendo todos os tipos de julgamentos das pessoas e está jogando esses julgamentos em outras pessoas. Esse jogo alcançou proporções incríveis e toda a humanidade está sofrendo isso.


Se você quer sair desse estado, a primeira coisa é: não julgue a si mesmo. Aceite humildemente sua imperfeição, seus fracassos, seus erros, suas fraquezas.


Não há necessidade de fingir o contrário, seja simplesmente você mesmo: É assim que eu sou - cheio de medo. Não consigo sair na noite escura, não consigo ir na floresta densa. O que há de errado nisso? É simplesmente humano.


Quando você aceita, você é capaz de aceitar os outros, porque você terá um insight claro de que eles estão sofrendo da mesma doença. E aceitando-os, você irá ajudá-los a aceitar a si mesmos.


Podemos reverter todo o processo: você se aceita e isso o torna capaz de aceitar os outros. E porque alguém os aceita, eles aprendem a beleza da aceitação pela primeira vez - QUANTA PAZ SE SENTE - e eles começam a aceitar os outros.


Dar amor é a linda e verdadeira experiência, porque com ela você é um mestre de si mesmo. Receber amor é uma experiência muito pequena, é a experiência de um mendigo.


Não seja um mendigo, pelo menos tratando-se de amor, seja um imperador, porque o amor é uma qualidade inesgotável em você. Você pode dar tanto quanto quiser. Não tenha preocupação que ele esgotará. O amor não é uma quantidade, mas uma qualidade e qualidade de um certa categoria que cresce ao se dar e morre se você a segura. Seja realmente esbanjador!!


Não se importe para quem. Esta é na verdade a idéia de uma mente mesquinha: Eu darei amor a determinadas pessoas que tenham determinadas qualidades ... Você não entende que tem em abundância, que é uma nuvem de chuva. A nuvem de chuva não se importa onde chove - nas pedras, nos jardins, nos oceanos - não importa. Ela quer descarregar-se e essa descarga é um tremendo alívio.


Assim o primeiro segredo é: não peça amor. Não espere, pensando que você dará se alguém lhe pedir - Dê!!


Tudo passa, mas você permanece - você é a realidade.


STÉPHANE MALLARMÉ

Stéphane Mallarmé

Caros amigos,
Nascido em Paris em 1842, o poeta simbolista Stéphane Mallarmé (nome literário de Étienne Mallarmé), foi professor de inglês durante cerca de 30 anos. Seus primeiros poemas apareceram na década de 1860. O livro Hérodiade (Herodíades) é de 1869. Em seguida, vem L'Après-Midi d'un Faune (A Tarde de um Fauno), de 1876, obra que inspirou o prelúdio homônimo do compositor Claude Debussy (1894) e foi ilustrada pelo pintor Édouard Manet.

Mallarmé, como boa parte dos poetas de sua época, começou a escrever sob a inescapável influência de Charles Baudelaire. Consta que ele compôs seu poema "Brisa Marinha" ("A carne é triste, sim, e eu li todos os livros") depois de ler os versos devastadores deAs Flores do Mal.

Durante os anos 1880, Mallarmé foi a figura central de um grupo de
escritores, entre os quais o poeta Paul Valéry e os romancistas André Gide e Marcel Proust, com quem discutia sobre poesia e arte. O poeta escreveu vários outros livros e morreu em 1898. Embora L'Après-Midi d'un Faune seja sua obra mais conhecida, o poema experimentalUn Coup de Dés (Um Lance de Dados), escrito em 1897 mas só publicado postumamente, em 1914, é a obra de Mallarmé que causou mais barulho.

A permanência da obra mallarmeana é ponderável. Críticos apontam sua
influência no trabalho de vários poetas importantes do século XX. Ela está, por exemplo, na poesia deWallace Stevens (1879-1955), nosQuatro Quartetos de T.S. Eliot (1888-1965) e na prosa do Finnegans Wake, de James Joyce (1882-1941). A experimentação tipográfica de Um Lance de Dados — estruturada em torno do moto "Um lance de dados jamais abolirá o acaso" — também exerceu forte influência sobre a poesia de vanguarda do século XX.

No Brasil, os mais destacados discípulos do experimentalismo mallarmeano são os poetas concretos, que utilizaram muito das concepções do autor francês na
elaboração de seus poemas e teorias literárias. Não por acaso, os textos ao lado foram extraídos do volume Mallarmé, que reúne ensaios e traduções de Augusto e Haroldo de Campos e Décio Pignatari, o trio fundador da poesia concreta.

Alquimista das palavras, Mallarmé defendia teorias poéticas que iam na contramão do que era consagrado em sua época. Não se faz um poema com idéias, mas com palavras, dizia ele. Com isso, queria assinalar que o poema deve ser visto como um objeto em si mesmo. Ele também dizia que "um poema é um mistério cuja chave deve ser procurada pelo leitor". É com essa mesma idéia que ele fecha o seu poema experimental: "Todo Pensamento emite um Lance de Dados".
Um abraço,

Carlos Machado

 
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UN COUP DE DÉS,
ONE TOSS OF THE DICE

Se você não conhece o poema "Um Lance de Dados", clique aqui para vê-lo no original. Ou aqui, para ler uma versão do texto em inglês.
Um lance de dados
Stéphane Mallarmé


BRISA MARINHA
                             Tradução:  Augusto de Campos
A carne é triste, sim, e eu li todos os livros.
Fugir! Fugir! Sinto que os pássaros são livres,
Ébrios de se entregar à espuma e aos céus
                                              [ imensos.
Nada, nem os jardins dentro do olhar suspensos,
Impede o coração  de submergir no mar
Ó noites! nem a luz deserta a iluminar
Este papel vazio com seu branco anseio,
Nem a jovem mulher que preme o filho ao seio.
Eu partirei! Vapor a balouçar nas vagas,
Ergue a âncora em prol das mais estranhas
                                              [ plagas!

Um Tédio, desolado por cruéis silêncios,
Ainda crê no derradeiro adeus dos lenços!
E é possível que os mastros, entre ondas más,
Rompam-se ao vento sobre os náufragos, sem
                                              [ mas-
Tros, sem mastros, nem ilhas férteis a vogar...
Mas, ó meu peito, ouve a canção que vem do
                                              [ mar!
 
BRISE MARINE
La chair est triste, hélas! et j´ai lu tous les
                                             [ livres.
Fuir! là-bas fuir ! Je sens que des oiseaux sont
                                             [ ivres
D´être parmi l´écume inconnue et les cieux!
Rien, ni les vieux jardins reflétés par les yeux
Ne retriendra ce coeur qui dans la mer se
                                             [ trempe
O nuits ! ni la clarté déserte de ma lampe
Sur le vide papier que la blancheur défend
Et ni la jeune femme allaitant son enfant.
Je partirai ! Steamer balançant ta mâture,
Lève l´ancre pour une exotique nature!
Un Ennui, désolé par les cruels espoirs,
Croit encore à l´adieu suprême des mouchoirs!
Et, peut-être, les mâts, invitant les orages
Sont-ils de ceux qu´un vent penche sur les
                                            [ naufrages
Perdus, sans mâts, sans mâts, ni fertiles îlots...
Mais, ô mon coeur, entends le chant des
                                            [ matelots!




Retrato de Mallarmé, por Édouard Manet, 1876

BRINDE
                             Tradução:  Augusto de Campos
Nada, esta espuma, virgem verso
A não designar mais que a copa;
Ao longe se afoga uma tropa
De sereias vária ao inverso.

Navegamos, ó meus fraternos
Amigos, eu já sobre a popa
Vós a proa em pompa que topa
A onda de raios e de invernos;

Uma embriaguez me faz arauto,
Sem medo ao jogo do mar alto,
Para erguer, de pé, este brinde

Solitude, recife, estrela
A não importa o que há no fim de
um branco afã de nossa vela.

 
SALUT
Rien, cette écume, vierge vers
À ne désigner que la coupe;
Telle loin se noie une troupe
De sirènes mainte à l'envers.

Nous naviguons, ô mes divers
Amis, moi déjà sur la poupe
Vous l'avant fastueux qui coupe
Le flot de foudres et d'hivers;

Une ivresse belle m'engage
Sans craindre même son tangage
De porter debout ce salut

Solitude, récif, étoile
À n'importe ce qui valut
Le blanc souci de notre toile. 

 
poesia.netwww.algumapoesia.com.br
Carlos Machado, 2006
In Augusto de Campos, Décio Pignatari e
Haroldo de Campos
MallarméEditora Perspectiva, 2a. ed., São Paulo, 1974

ANGUSTIA



Angústia

Stéphane Mallarmé ( 1842-1898)


Não vim domar teu corpo esta noite, ó cadela
Que encerras os pecados de um povo, ou cavar
Em teus cabelos torpes a triste procela
No incurável fastio em meu beijo a vazar:

Busco em teu leito o sono atroz sem devaneios
Pairando sob ignotas telas do remorso,
E que possas gozar após negros enleios,
Tu que acima do nada sabes mais que os mortos:

Pois o Vício, a roer minha nata nobreza,
Tal como a ti marcou-me de esterilidade,
Mas enquanto teu seio de pedra é cidade.

De um coração que crime algum fere com presas,
Pálido, fujo, nulo, envolto em meu sudário,
Com medo de morrer pois durmo solitário.

SÃO PAULO EM 1904

MÁQUINA DO TEMPO

Hoje sugerimos uma viagem no tempo: descubra São Paulo em 1904!

Quem podia imaginar que um dia seria assim?
São Paulo 2013!
Quem poderia imaginar que um dia seria assim?
São Paulo foi fundada pelos Jesuítas em 1554, 760 metros acima do nível do mar, mas a 72 quilômetros da costa, como um centro missionário com o objetivo de atender os primeiros desbravadores e catequizar os indígenas que habitavam na região. Por muito tempo manteve as características de pequena vila. Por volta de 1850 começou a crescer e tornar-se rica graças às produtivas fazendas de café que existiam no estado. Com a receita da exportação do café, o crescimento da população, e a chegada de imigrantes europeus, criou-se o cenário perfeito para o estabelecimento de um parque industrial. São Paulo é hoje em dia o maior centro financeiro e industrial do país, gerando mais de 30% do PIB.
Fonte: Embaixada do Brasil em Washington

O ROTEIRO DE MARTIN SOARES MORENO

PARA LER E APRENDER

O ROTEIRO DE MARTIM SOARES MORENO  conta a história de meio século de lutas pela restauração do Brasil, entre 1604 e 1654.

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Os franceses instalaram-se desde a Paraíba até ao Maranhão, depois de expulsos do Rio de Janeiro e os holandeses chegaram a ocupar metade da costa brasileira, onde controlavam a produção e o comércio do açúcar. Martim Soares Moreno chegou ao Brasil muito jovem e participou em todas as lutas contra franceses e holandeses; natural de Santiago do Cacém, faleceu na sua terra natal, depois de ter servido como militar desde a Bahia até ao Maranhão, durante 45 anos.
Ele foi um dos grandes heróis da recuperação do Brasil para o domínio português, combateu intrusos e corsários, em terra como no oceano, desfigurado e com uma mão decepada desde os 30 anos; faz parte da lenda, da tradição e da literatura, sobretudo no Ceará, capitania por ele fundada e onde é venerado. Um dos mais belos romances da literatura portuguesa intitula-se IRACEMA, da autoria de José de Alencar (1829-1877): o romance narra a história de um guerreiro português que se enamora da filha de um chefe índio com quem tem um filho e é uma metáfora da miscigenação própria à nação brasileira. A ficção de Alencar é decalcada sobre a vida real do militar cuja história verdadeira é narrada no livro do professor Abreu Freire.Martin-Soares-Moreno-1
O texto agora publicado resulta de investigações levadas a cabo durante muitos anos, já que a vida do militar se cruza em diversos momentos com a do padre António Vieira, a quem o autor dedicou vários livros e um filme. Martim comandava um batalhão de tropas acantonadas na Bahia pelos anos de 1638 a 1645, antes da investida decisiva contra os holandeses; por esses anos o jesuíta pregava os primeiros sermões patrióticos para animar os soldados.
Mais tarde o pregador foi incumbido de resolver na Holanda, pela via diplomática, a questão da presença holandesa no Brasil, sem sucesso, enquanto os soldados a quem ele pregara em Salvador da Bahia conseguiam derrotar os ocupantes em Pernambuco; em Agosto de 1648, o jesuíta regressava a Lisboa e o militar também: o padre tinha fracassado, o militar chegava como vencedor de uma grande batalha, mas faleceu pouco tempo depois.
Os contornos da luta pela restauração do Brasil são complexos e foram muitos os intervenientes na criação da nação brasileira; Martim Soares Moreno falava a língua Tupi e comandou por várias vezes batalhões de tropas indígenas. Na guerra pela restauração e unidade do Brasil combateram negros, índios e brancos, com interesses diferentes mas uma escolha comum que foi a de continuar a existir sob influência portuguesa. Este livro é a primeira biografia completa escrita em Portugal sobre um dos personagens fundamentais na formação de um dos países mais promissores do mundo, onde hoje vivem 194 milhões de pessoas.