quinta-feira, 8 de agosto de 2013


Duas Almas


Francisco Deliane



Amei teu corpo, ébrio de desejo. Teu seio alimentou-me

Carinhosamente senti tuas pernas entrelaçadas as minhas,

Porém, teu corpo, qual flor, antes ardente, desidratou-se,

Empalideceu, perdeu a cor, enrijeceu. Calou-se.



Veio o esquife, levou teu corpo, deixou a dor.

Ao amar teu corpo, amei, também, tua alma,

E esta, o esquife não levou. Ficando assim, definitivamente,

Gravada em mim, ardentemente, tua doce presença de amor



Ficou assim, tatuada em mim, tua dolorida ausência de amor

Tortura imensurável, sem medida, imposta a quem ama.

A cremação consumiu teu corpo, mas tua alma clama



Para que este amor infinito, insano e inacabado

Seja enfim plenamente renovado, quando te reencontrar

Alma feita de distância que tanto quero novamente amar.

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